Após o clima típico de outono com poucas chuvas e temperaturas mais amenas se instalar nas regiões produtoras, a oferta de animais parece ter aumentado nos últimos dias.
Mesmo em regiões onde as escalas de abate teimavam em permanecer curtas, as indústrias conseguiram "tirar a corda do pescoço" e ganhar certo fôlego. Para muitas indústrias, a próxima semana terá início com as escalas já completas, o que não acontecia há algum tempo.
O mercado futuro que vinha antecipando certa pressão do mercado físico acelerou a queda, com o contrato de mai/13 fazendo sua mínima recente, em R$96,01/@, à vista, no pregão de 23/4.
Isto apenas uma semana após fazer a máxima deste contrato em R$97,93, no dia 16/4. Acompanhe a movimentação do contrato de maio na figura ao lado
Até faz sentido estas quedas frente a um ambiente de maior oferta no mercado físico, mas a principal questão é quanto dessa realidade já está precificada no mercado futuro, já que o contrato de maio teve ajuste no dia 24/4, em R$96,38, ou R$4,00 abaixo do Índice Esalq deste dia.
As opiniões são mais divergentes possíveis, com os "baixistas" argumentando que estamos apenas no início do aumento da oferta e que o clima forçará a desova do fim da safra e que uma queda de quatro reais até o fim de maio é perfeitamente possível.
Já os "altistas" argumentam que a indústria vem ampliando os abates em 2013 ao redor de 20,0% acima de 2012, que as exportações estão também aumentando e que o aumento da oferta que certamente virá será absorvido pela indústria sem forçar preços muito abaixo dos atuais.
Esta divergência de opiniões é muito saudável e tem se refletido na liquidez do contrato de maio, que aumentou muito nos últimos dias.
Tomara que este cenário se transfira também para a entressafra, que atualmente está totalmente deixada em segundo plano e apresenta um volume de negócios irrisório.
Já é hora de o mercado começar a ampliar suas apostas para a entressafra que começa logo mais.
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