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Scot Consultoria

O boi de R$100,00/@ chegou em abril, e agora?


Sexta-feira, 12 de abril de 2013 - 15h13

A safra de 2013 vem sendo uma grata surpresa para os pecuaristas, com o mercado trabalhando em ambiente firme e preços em alta, ao contrário do que seria esperado em um ano típico, ainda mais com o ciclo pecuário soprando a favor de preços mais baixos.


O fato é que iniciamos o ano com preços ao redor de R$97,50/@, em São Paulo e, após três meses e meio de safra, estamos caminhando para o patamar de R$100,00/@. Essa máxima do ano ganha ainda mais destaque, não apenas por ter sido registrada em abril, mas porque não tínhamos um indicador à vista de três dígitos desde o início de dezembro de 2011, mais precisamente em 6/12/11, quando o indicador, ainda cotado com funrural, estava em R$103,68/@, e o equivalente a R$101,30/@, livre de funrural.


A questão que se coloca para quem está definindo sua estratégia para o restante do ano é: se temos preços no patamar de R$100,00/@ em plena safra, o que esperar para a entressafra? É aí que a análise tem que ser aprofundada, já que, como estamos vendo, se basear apenas no calendário para análise de preços não está mais fazendo tanto sentido. 


É verdade que o clima tem colaborado com o pecuarista que optou por manter os animais em engorda e postergou a venda. Há muitas análises assumindo uma possível retenção de animais nos pastos. Será esse mesmo o caso? Os níveis de reposição estão em patamares historicamente favoráveis ao invernista e a conta que qualquer pecuarista faz é a da relação de troca, aproveitando boas oportunidades para vender animais gordos e comprar boi magro ou bezerro e esse fato seria um indicativo de que o que está ocorrendo pode não ser apenas retenção de animais, mas talvez os animais disponíveis possam não estar sendo suficientes para saciar o apetite da indústria, que aumentou a capacidade de abate, reativando plantas paradas ao longo de 2012.


A previsão climática até o momento indica meses de maio e junho dentro da normalidade esperada e isso significa pouca chuva e temperatura em queda, ou seja, algum aumento de oferta deve ser esperado, porém, qual a magnitude? Qual possível impacto nos preços? Outro fator a ser analisado com mais profundidade é que abril tem sido bem chuvoso em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso, além do fato de que o milho ainda não apresentou quedas significativas no mercado spot de Goiás e Mato Grosso para incentivar os confinadores do chamado "primeiro giro". Se o primeiro giro for realmente menor, como muitos esperam, será que teremos nesse ano o famoso "buraco" entre safra e entressafra, que não tivemos nos anos anteriores?


Se a realidade do primeiro giro ainda é incerta, para o segundo giro a situação é melhor, já que a evolução da safrinha tem sido muito favorável e a relação de troca entre arrobas de boi e sacas de milho está historicamente muito favorável ao confinador. É de se esperar que estados como Mato Grosso, que poderá colher uma safrinha recorde, usem o confinamento de bovinos como forma de escoar parte de sua produção, acrescentando pressão à entressafra.


Diante disso tudo, qual é a melhor estratégia para o restante do ano? Travar agora os animais de outubro? Esperar um possível stress de começo de entressafra para definir? Realmente é difícil ter respostas prontas e este artigo tem mais perguntas que respostas, mas já diz o velho ditado que lucro nunca quebrou ninguém e para quem já tem o custo de produção definido, garantir uma parcela desse lucro via mercado de opções, futuro ou termo pode não ser má ideia.



 



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