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Scot Consultoria

O “X” da questão


Quinta-feira, 7 de março de 2013 - 16h45

Ao longo destes primeiros três meses de 2013, a margem da indústria vem piorando sistematicamente devido, principalmente, à dificuldade em repassar aumentos da carne no mercado interno e/ou em forçar preços menores no boi gordo. 


A resistência do produtor em entregar os animais a preços menores é bem explicada, já que ao redor dos preços atuais a operação de engorda deixa muito pouco lucro, frente aos preços de compra dos bezerros ou bois magros no passado. Além disso, a boa condição das pastagens, com as chuvas regulares nas regiões produtoras, fazem com que o produtor possa segurar os animais à espera de preços melhores.


O que talvez exija uma análise mais profunda é a dificuldade em repassar aumentos à carne bovina no mercado interno, uma vez que em uma primeira análise, isso seria possível, já que o volume exportado vem aumentando neste ano. 


Acompanhe no gráfico ao lado a evolução do diferencial de preços do boi e da carne. Quanto mais negativo é o número, pior é a margem da indústria. 


Nos últimos dias, este diferencial chegou a sair das mínimas desde 2012, porém, no atual patamar de -3,59, ainda está bem abaixo da média de -1,67 do período analisado. Observe a figura.O X da questão para entender esta piora das margens da indústria é o aumento de abates de 2013.


Considerando os dados dos abates com (SIF), houve aumento de 15,0% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês de 2012, saindo de 1,80 milhão para 2,10 milhões de cabeças. 


Este "excesso" de carne produzida foi mais do que suficiente para abastecer o aumento do volume exportado e ainda sobrar carne no mercado interno, o que pressionou os preços. Este aumento dos abates é consequência direta da retomada das margens da indústria no ano passado e consequente reabertura de plantas desativadas durante os anos anteriores.


Os dados preliminares de fevereiro indicam manutenção no ritmo de crescimento dos abates e é claro que, muito disso pode estar sendo impactado pelo abate de fêmeas vazias da estação de monta.


De qualquer forma, este é um número para ser monitorado de perto, porque se a tendência persistir e a indústria permanecer tendo dificuldade de repassar preços no mercado interno, as exportações terão papel ainda mais relevante para preços mais firmes no boi gordo durante o ano.





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