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Scot Consultoria

Cadê a volatilidade?


Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013 - 16h37

Acabou fevereiro e o mercado físico de boi gordo permanece em um marasmo irritante. Desde o inicio do ano o Índice Esalq à vista oscilou apenas 1,4% entre a mínima em R$97,02 em janeiro e a máxima em R$98,40 em fevereiro. 


O reflexo direto desta falta de volatilidade no mercado físico é também a diminuição da volatilidade no mercado futuro e a diminuição do volume de negócios na bolsa.


A situação atual reflete uma dificuldade estrutural do mercado futuro de boi que é a dependência única e exclusiva do Índice Esalq como fonte de volatilidade. O mercado de boi gordo no Brasil não é arbitrável com nenhum outro mercado do mundo e, portanto, ele não "importa" volatilidade de nenhum outro ativo vagamente correlacionado com ele. 


No caso do milho, da soja ou do café, por exemplo, mesmo que o mercado físico fique por algum tempo "andando de lado" qualquer movimentação de alta ou baixa na bolsa de Chicago ou Nova Iorque terá reflexos no mercado futuro aqui do Brasil. Como o boi gordo do Brasil não guarda nenhum tipo de correlação com o seu "parceiro" americano, um período longo sem oscilações fortes no mercado físico tem impacto negativo no volume negociado na bolsa.


Muitos hedgers tendem a achar que a falta de volatilidade é benéfica para os seus negócios e que ela só beneficia os especuladores. Esta sensação deriva do fato de que é mais fácil administrar as posições sem o impacto negativo que grandes ajustes positivos ou negativos causam no fluxo de caixa, porém a volatilidade é muito importante, já que ela é quem vai gerar as oscilações e possíveis distorções que poderão ser aproveitadas pelos hedgers na definição de seus preços.


Historicamente os primeiros meses do ano são menos movimentados e o volume de negócios vai aumentando à medida em que o ano vai caminhando. A necessidade de hedge por parte dos confinadores e frigoríficos vai aumentando, porém, este ano está com ainda menos volume do que nos anos anteriores. 
Março de 2013 vai começar com a triste realidade de ter o menor número de contratos em aberto no mercado futuro desde 2005. 


Vamos torcer para que o interesse por hedge ou posições especulativas volte ao mercado, e a volta da volatilidade no mercado físico terá papel fundamental nisso.




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