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Scot Consultoria

Fim de ano andando de lado


Sexta-feira, 23 de novembro de 2012 - 10h47

O mercado futuro do boi gordo parece com a boiada em dia de chuva: andou até onde podia, mas a cerca impede de continuar naquela toada. Que cerca é essa?


Difícil dizer, mas no ritmo que os preços andaram a única lição que resta é esta - as cotações definitivamente estacionaram.


As chuvas começaram tarde, mas podem explicar em parte o movimento ocorrido nos preços. Quem arriscou confinar no segundo giro ainda encontrou um cenário de insumos caros e preços baixos, mas o atraso nas precipitações, principalmente no Centro-Oeste, permitiu uma "confortável" retenção da boiada, operacionalmente falando. Os preços do contrato futuro com vencimento em novembro ainda estavam acima de R$100,00/@, nesta época.


Em novembro a chuva caiu de balde, gado a termo entrou, e as cotações foram diminuindo até chegar aos patamares atuais, de R$97,60/@.


Como era de se esperar para um contrato prestes a terminar, a liquidez é reduzida, todos ficam de olho no Indicador Esalq e já começam a precificar a média dos últimos cinco dias no período. Por enquanto essa média está cotada em R$97,94/@, acima do preço atual no mercado futuro e acima do último indicador (21/11).Além do fim do confinamento, chuvas trazem o pasto de volta ao radar, e as tentativas de adivinhar qual seria o hiato de oferta - a diferença entre o fim da oferta de gado confinado e a entrada de gado de pasto - começam a entrar em cena.


Seguramente este ano não foi dos confinadores: custos da reposição em alta, custos das matérias primas em alta, foi difícil fechar a conta. Por esse lado, é de se esperar um volume menor de oferta de gado nesta reta final do confinamento.


Por outro lado, as chuvas atrasaram, e os pastos (e boiada) não se recuperaram a ponto de manter um ritmo de oferta que supra a demanda de fim de ano.


Com os preços firmes para o frango, a reposição (bezerro e boi magro) não cedendo nem um centavo, o atacado da carne bovina "rodando" dentro das margens dos frigoríficos, o nome desta cerca pode ser percepção de baixa, não fundamentos "em baixa". Tal percepção pode ser explicada pela baixa liquidez dos contratos, entrada da safra, etc., e já mostra seus reflexos na curva futura dos preços, ou seja, nos preços dos contratos de dez/12 e jan/12.


O contrato de dez/12 fechou a R$97,50/@, e o contrato de jan/13 fechou a R$97,00/@. 


Olhando mais um pouco à frente, o mai/13 vale R$95,00/@.  A percepção é de estabilidade de oferta e preços, mas será isso que os fundamentos nos dizem?




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