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Scot Consultoria

Opções de venda


Sexta-feira, 1 de junho de 2012 - 18h05

Já abordamos diversas vezes neste espaço o uso de opções de venda como um seguro de preço mínimo para a produção pecuária, que, sobretudo no confinamento, tem sido cada vez mais utilizado para gestão do risco de preços na atividade.


Ocorre que muitos pecuaristas ainda não conhecem essa ferramenta e, nesse momento em que os custos do confinamento já estão com um horizonte bem definido, vale a pena relembrar os conceitos, para quem ainda não tomou a decisão sobre o que fazer para se proteger na entressafra poder tomar sua decisão.


Na opção de venda, o pecuarista paga um prêmio para ter o direito (e não a obrigação) de vender um determinado vencimento no mercado futuro a um determinado preço. Dessa forma, caso o mercado caia abaixo do preço em que se tem a opção de venda, o pecuarista pode exercê-la e ficar vendido no preço estabelecido na opção, recebendo o ajuste frente ao preço do mercado. Se o mercado ficar acima do preço da opção, ele não a exerce, e seu único custo foi o prêmio pago por ela. A melhor analogia para as opções de venda é o seguro de um carro. No seguro, é pago um prêmio para a seguradora e se, por qualquer motivo, o carro for roubado ou batido, seu valor é recuperado.


Para o pecuarista, a opção de venda funciona como uma garantia de preço mínimo. No mercado futuro o pecuarista trava o preço de venda da arroba, portanto, se o preço subir ou cair, ao final da operação, o resultado financeiro será o mesmo. No caso das opções de venda, o que é garantido é um preço de venda mínimo. Se esse preço mínimo já for suficiente para cobrir os custos de produção (incluído neles o próprio custo para se adquirir a opção) o que está garantido é uma rentabilidade mínima para o investimento. No caso de um mercado em alta, os ganhos não ficam limitados e o pecuarista aproveitará todo o movimento de alta.


Para a compra das opções de venda, não é exigida margem de garantia e não há ajustes diários. O prêmio para se adquirir a opção é pago à vista e a partir desse momento o pecuarista já passa a ter o direito de exercê-la (o que só ocorrerá se o preço do mercado futuro cair abaixo do preço da opção de venda). O que determina o prêmio pago por uma opção é o quão perto seu preço está do preço do mercado futuro, o tempo máximo que falta para o vencimento da opção e a volatilidade que o mercado futuro vem apresentando. Dessa forma, caso o preço futuro para outubro de 2012 esteja em R$102,00/@, uma opção de venda a R$100,00/@ custará mais caro que uma a R$99,00/@ e assim por diante.


Como não há ajustes diários, a operação com opções não demanda um acompanhamento diário do mercado; outra característica importante é que o seu custo já é pré-estabelecido e não varia com o tempo, podendo entrar para o centro de custos do pecuarista.


Considerando o fechamento do out no dia de 30/5 em R$101,56/@, uma opção de venda de nível R$98,00/@ poderia ser comprada ao redor de R$1,40/@, uma de R$96,00/@ a R$0,85/@ e uma de R$95,00/@ a R$0,65/@. Ou seja, ao se comprar a opção de venda de nível R$95,00/@, por exemplo, ocorre um desembolso à vista de R$0,65/@ pelo prêmio, garantindo um preço mínimo de R$94,35/@ líquido.


Os negócios com opções seguem a mesma lógica dos do mercado futuro com relação ao diferencial de base, ou seja, para quem tem operações fora de São Paulo é importante considerar o diferencial de base no cálculo do resultado operacional, assim uma opção de venda de nível R$95,00/@ equivale a um preço mínimo de R$85,00/@ caso o diferencial de base considerado seja, por exemplo, de 10 reais.



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