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Scot Consultoria

Procurando o fundo...


Sexta-feira, 18 de maio de 2012 - 09h44

Dando continuidade ao movimento iniciado em meados de abril, o mercado físico de boi gordo segue pressionado e ainda aparentemente sem encontrar o fundo do poço.


Após romper no dia 10/5 a mínima do ano, o Indicador ESALQ à vista continuou em queda, cotado no dia 15/5 em R$92,88/@. Com uma maior resistência dos pecuaristas paulistas nas vendas abaixo dos R$93,00/@, à vista, porém, com as indústrias sem nenhum interesse em subir preços, dada a dificuldade no escoamento de carne no meio do mês.


Além disso, o clima frio e a diminuição da capacidade de suporte das pastagens mantêm a expectativa de melhor oferta no curto prazo, colaborando com a pressão no mercado.


Diante de tanta pressão negativa, as quedas não foram maiores por causa da forte alta do dólar, que, pela primeira vez desde meados de 2009 foi cotado acima de R$2,00, favorecendo as exportações e revertendo o movimento de baixa na entressafra.


O contrato de out/12, por exemplo, saiu da mínima recente, a R$100,60/@, para ao redor de R$102,00/@, levando o diferencial maio x out para R$8,70/@, também na máxima do ano. Nem mesmo a queda recente do milho e o diferencial boi out/12 x milho set/12 novamente acima de 4,10 saca/@ favorecendo os confinadores foi capaz de segurar a alta da entressafra.


Com a safra atual evoluindo exatamente com a cara de safra, o mercado futuro precifica uma entressafra também com cara de entressafra, com o contrato de maio acima do Índice ESALQ e, a partir daí, intensificando a alta, com um verdadeiro pulo de R$4,70 para julho/12 e, a partir daí, altas mais comedidas até o nov/12 a R$103,00/@, como pode ser visto na figura 1.


O aumento da utilização da capacidade instalada das indústrias e as boas margens apresentadas no mercado interno justificam essa expectativa de que com uma pequena restrição na oferta, os preços possam reagir de forma mais intensa, a questão é tentar achar o momento exato desta restrição, já que a desova dos animais de pasto pode se estender um pouco além de maio, como o mercado espera.


O benefício do dólar mais alto para a entressafra também pode ser menor do que o esperado, caso a crise externa se acentue e afete negativamente os volumes exportados.


Além disso, a expectativa é de aumento significativo do volume de animais confinados, dadas as condições de mercado favoráveis aos confinadores até o momento.


No ambiente volátil que perdura no mundo em geral e nas commodities agrícolas em particular, é ainda mais importante encarar essa entressafra com uma proteção de preços para evitar surpresas desagradáveis.




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