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Novo caso de vaca louca nos EUA: quais impactos no Brasil?


Quinta-feira, 26 de abril de 2012 - 17h10

O acontecimento mais importante da semana foi, sem dúvida, o anúncio da descoberta de mais um caso de vaca louca em uma vaca de leite no estado americano da Califórnia. A reação imediata no mercado americano foi uma avalanche de vendas no mercado futuro, que levaram o mercado futuro de boi americano ao limite de baixa. No Brasil a reação foi exatamente a oposta, com a expectativa de um hipotético fechamento das exportações americanas e seu conseqüente benefício para as exportações brasileiras, o mercado futuro reagiu com uma alta vigorosa.


O contrato de mai/12, que vinha operando em baixa, sendo  negociado ao redor dos R$95,00/@, subiu mais de 2 reais, fazendo máxima a R$97,00/@, em um forte movimento de liquidação de posições vendidas. Out/12 também seguiu a mesma tendência, subindo 2 reais, dos R$102,00/@ a R$104,00/@ na máxima. Passado o susto e as reações exacerbadas iniciais, convém refletirmos sobre os potenciais impactos dessa notícia no mercado brasileiro.


Essa não foi a primeira descoberta de um caso de vaca louca. Após a primeira descoberta em dezembro de 2003 e, nas outras ocasiões, notadamente 2004 e 2006 não houve reações definitivas nas exportações americanas, que vieram se recuperando desde o ano de 2005, conforme pode ser observado nas figuras 1 e 2.


Depois de cair a 0 em 2004, as exportações americanas  vieram se recuperando, mesmo diante de outros casos de vaca louca na América do Norte e nos EUA em especial, como no ano de 2006. Tendo em vista a reação dos demais importadores nas outras ocasiões, seria de se esperar que não ocorressem grandes impactos. 


Mesmo considerando um embargo total às exportações americanas, o Brasil seria beneficiado apenas marginalmente em destinos como Rússia e Europa, já que não exportamos carne in natura para os principais clientes americanos, notadamente Japão e Coreia do Sul.  Até o momento a reação dos importadores foi de confiança no sistema sanitário americano, não havendo ainda nenhuma sanção oficial às exportações americanas e nem mesmo o rebaixamento do status do país junto à OIE.


Passado o susto da notícia, a reação do mercado futuro pareceu uma ótima oportunidade de venda, já que a situação no mercado físico permanece como sendo de boa oferta de animais e pressão nos preços por parte dos compradores, pressão essa que tende a se acentuar  à medida que o clima frio e seco vá chegando às regiões produtoras do Mato Grosso do Sul. Ÿ


Nos dois pregões após a notícia o mercado futuro já devolveu aproximadamente  R$1,80 da alta, com os fundamentos do mercado físico prevalecendo sobre a movimentação do futuro, fez bem quem teve sangue frio e aproveitou a alta para vender.





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