Na última semana, com o período de vendas para o atacado sazonalmente mais fraco e uma melhor oferta de animais, sobretudo nos estados vizinhos a São Paulo, houve recuo nos preços do boi gordo.
O indicador à vista que fechou a semana cotado em R$96,35, recuou R$1,10 para os atuais R$95,25. As informações do mercado físico dão conta de que nos preços de R$95,00/@, à vista em São Paulo, e R$88,00/@, nas mesmas condições no Mato Grosso do Sul, o fluxo de oferta não tem sido abundante a ponto de forçar novas quedas.
Porém, a situação confortável das escalas permite que a maioria das indústrias permaneça com os preços sob pressão.
O mercado futuro que vinha trabalhando em queda desde o inicio de abril, com o contrato de maio em um definido canal de baixa como pode ser observado na figura 1, manteve a tendência.
No entanto, ainda não teve força o suficiente para romper definitivamente a média móvel de 60 dias ao redor de R$95,00/@.
Com todas as tentativas de romper este suporte até o momento atraindo bom fluxo de compra que traz de volta os preços acima deste patamar.
A evolução dos preços continua sendo de forma favorável aos confinadores, e com a recente queda dos preços futuros do milho, a relação milho set/12 x boi out/12 chegou recentemente na máxima ao patamar de 4,20 sacas de milho/@. Embora tenha recuado atualmente para 4,15 sacas/@, ainda é um bom patamar histórico.
Apesar do contrato de out/12 recuar de sua máxima em R$104,20, para os atuais R$102,00, o diferencial contra o contrato de maio x out que representa o carrego safra x entresafra se manteve ao redor de 7%. Ÿ Porém, com uma melhora significativa nos custos do segundo maior componente do confinamento que é a alimentação.
Por enquanto, o mercado futuro continua não acreditando em uma pressão mais concentrada de oferta no final da safra, mantendo o preço de maio no mesmo patamar do de abril e acima das mínimas registradas em março.
Como temos abordado neste espaço, não é prudente subestimar o impacto do final da safra nos preços.
Uma reflexão importante a este respeito é sobre o impacto que uma queda dos preços do boi gordo (e consequentemente do boi magro) teria na intenção dos confinamentos e na precificação dos contratos da entressafra.
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