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Scot Consultoria

Sem romper pra nenhum lado...


Sexta-feira, 23 de março de 2012 - 17h24

O mercado futuro de boi gordo está há praticamente duas semanas sem nenhuma oscilação significativa, com o contrato de mai/12 travado entre R$94,00/@ e R$95,00/@ e o contrato de out/12 entre R$101,00/@ e R$102,00/@. O interessante é que esses valores estão bem cima das mínimas destes respectivos contratos (R$92,50/@ no mai/12 e R$99,11/@ no out/12), mesmo com o Indicador ESALQ à vista próximo da mínima do ano, a R$93,53/@ (mínima do ano a R$93,30/@), com escalas de abate bastante longas e a venda de carne no atacado nas mínimas do ano. Outro fator que chama a atenção atualmente é a precificação de toda a safra praticamente no mesmo preço, evidenciando a opinião do mercado de que os valores atuais são os pisos para o ano. Esse relativo “otimismo” do mercado futuro, que resiste em fazer novas mínimas e a operar em tendência de queda, mesmo frente à notícias negativas do físico, pode ser fruto da grande queda que os atuais níveis de preço representam em relação ao mesmo período do ano passado (R$103,53/@ x R$93,53/@ ou 9,65% de queda, comparando valores livres de funrural). Além disto, o spread mai x out está mais aberto em comparação aos anos anteriores, atualmente cotado a 7,75% contra 4,0% no final de março de 2011. Quem acompanha mais de perto a evolução de preços e escalas no mercado físico acaba tendo uma visão mais negativa dos preços futuros, já que escalas longas e carne em queda sempre se refletiram em queda de preços a frente, porém, quem tem posições vendidas nos níveis atuais tem sempre ficado um tanto quanto desconfortável com a constante resistência do mercado em entrar numa trajetória de queda. É bem verdade que o mercado futuro tem operado com volumes sensivelmente abaixo do normal e que em uma condição dessas qualquer análise deve ser feita levando-se em conta esse pouco volume, mas já diz o velho jargão do mercado que “um mercado que não cai com notícias baixistas não é baixista”, então é bom realmente ficar bem atento... A precificação de toda a safra praticamente no mesmo nível é com certeza reflexo de uma antecipação dos abates, que vem ocorrendo nessa safra, em grande parte por fatores climáticos, mas já com alguma influência do ciclo pecuário, que já inicia sua trajetória de baixa de preços, assim um aumento de abates agora significa um menor abate de animais no final da safra, daí os preços no mesmo patamar. Resta saber se a equação oferta x demanda se manterá a mesma em toda essa safra, para justificar preços estáveis no primeiro semestre, ou se essa precificação flat da curva representa uma oportunidade de arbitragem.
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