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Dezembro/10 está caro ou barato?


Quinta-feira, 2 de dezembro de 2010 - 16h04

Após atingir o seu pico no dia 11/11 a R$117,18/@ o Indicador à vista vem caindo consistentemente até achar seu novo patamar de equilíbrio, com sua última cotação do dia 1/12 a R$103,95/@. O mercado futuro, que já havia antecipado e estendido esse movimento, precifica o contrato de dez/10 ao redor de R$96,70/@, ou seja, com uma queda de mais R$7,25 até o final do mês. * A questão que se coloca agora é se toda essa queda tem fundamento e pode até aumentar ou se o mercado futuro já exagerou na queda. Analisando a evolução dos preços no mês de dezembro desde 1995 a impressão é que o mercado futuro está excessivamente pessimista com o contrato de dez/10. Acompanhe na tabela 1. De acordo com o histórico de preços de 1995 até 2009, a média é de queda de 1,06% nos preços do boi gordo em São Paulo entre o primeiro e os 5 últimos dias de dezembro. A maior variação positiva foi de 6,18% em 2009 e a maior queda foi de 7,07% em 2007. Interessante notar que se pegarmos o Indicador a vista de 1/12 e subtrairmos 7,07% teremos um valor de R$96,60/@, exatamente o valor ao redor do qual o contrato de dez/10 se situa atualmente e onde o mercado apresenta enorme dificuldade em ampliar a queda, conforme pode ser observado na figura 1. É claro que ao analisarmos o momento hoje temos que ter em mente que a volatilidade do mercado atualmente está bem acima da média histórica, e que esse recuo está ocorrendo após a maior alta histórica da arroba na entressafra, porém sob uma óptica de risco/retorno vender dez/10 tão abaixo do Índice ESALQ e, ainda por cima, sem o respaldo histórico realmente parece ser uma estratégia arriscada demais. O mercado futuro já fez seu papel de antecipar o movimento do mercado físico, cabe agora ao mercado físico referendar (ou não) toda essa queda. É natural que na busca por um preço de equilíbrio haja exageros nos futuros. Fundamentalmente, o momento não é de excesso de oferta, porém mesmo assim os preços têm cedido sistematicamente. Em dezembro as vendas de animais confinados tendem a perder ainda mais representatividade frente às vendas de animais de pastagens, aumentando assim o poder de barganha do pecuarista, que teria como segurar animais no caso de preços menos interessantes. O consumo, que historicamente é muito bom em dezembro, mas que até agora vem decepcionando, vai ter papel ainda mais importante nesse mês. Ajudaria imensamente se o varejo repasasse ao consumidor final as quedas que vêm ocorrendo no atacado.
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