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Sem parada!


Sexta-feira, 22 de outubro de 2010 - 08h42

A entressafra de 2010 e, sobretudo, o mês de outubro já estão entre as mais fortes e altistas desde a implantação do Plano Real em 1994. E a pergunta que mais se houve entre os participantes do mercado é “até onde vai?”. A julgar pela oferta de animais prontos, pelo comportamento do mercado físico e do preço da carne é possível que a alta não pare por aqui. Somente no mês de outubro o Índice ESALQ à vista subiu R$7,26, de R$94,09/@ para os atuais R$101,35/@, alta de 7,72% em apenas 20 dias. A alta da carne foi ainda mais impressionante, com o traseiro subindo 11,23%, dianteiro com alta de 10,21% e ponta de agulha com alta de 10,10%. Com o detalhe que a maior parte dessa alta ocorreu até o meio do mês, que sazonalmente apresenta menor consumo e preços com tendência de queda. Toda essa conjuntura impulsionou o mercado futuro, cujo contrato de outubro subiu 11,8% de R$92,95/@ até os R$103,90/@ negociados ao meio dia do pregão de 21/10. Toda essa alta ocorreu sem nenhum dia de queda, com os últimos 15 pregões fechando em alta ininterrupta, num movimento extremamente atípico nos mercados futuros. Mais atípico ainda é o cenário no mercado de opções, onde até o momento no contrato de out/10 absolutamente todas as opções de compra (calls) serão exercidas e nenhuma opção de venda (put) será exercida, evidenciando que os atuais preços estavam no radar de pouquíssimos participantes. De qualquer forma, os participantes mais atuantes no mercado interno de carne reportam que nos atuais preços o volume negociado é pequeno e que naturalmente a reclamação dos compradores é recorrente. Na imprensa falada e escrita já aparecem diversas reportagens abordando a alta da carne e comparando os preços desta, com carnes tidas como mais nobres, como o bacalhau do porto, por exemplo, cujo quilo hoje está mais barato do que alguns cortes nobres de carne bovina. Obviamente essa situação não é sustentável no médio prazo, já que a imensa maioria dos consumidores migrará para outras proteínas mais competitivas, abrindo espaço para uma grande queda de preços caso a oferta aumente, mesmo que minimamente. A questão é que no curto prazo não há sinais visíveis de aumento de oferta, já que a expectativa é de menor oferta de confinados em novembro e também pouca oferta de animais de pasto, que ainda estão em estágios iniciais de recuperação após os meses de seca. Todo esse cenário ocorre num ambiente onde alguns grandes players conseguiram fechar volumes significativos de animais a termo (em alguns casos volumes maiores que nos anos anteriores), volume esse que não foi suficiente para segurar os preços na entressafra. Uma análise mais profunda dessa situação será feita no artigo da semana que vem.
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