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Scot Consultoria

Tudo nas máximas do ano (menos out/10)


Sexta-feira, 13 de agosto de 2010 - 15h03

O título do artigo resume bem a situação atual no mercado pecuário. Os indicadores mais importantes da pecuária nacional estão na máxima desde janeiro de 2009, numa situação de mercado que não se via já há algum tempo. O Indicador ESALQ, à vista está em R$ 87,58/@ (R$85,56/@ livre) e o a prazo está em R$88,30/@ (R$86,27/@ livre). No atacado, o traseiro é negociado a R$6,79/kg, o dianteiro a R$4,76/kg e a ponta de agulha a R$4,33/kg, perfazendo portanto, um Equivalente Boi de R$85,11/@, todos também nas máximas, desde janeiro de 2009. Toda essa firmeza do mercado físico, no entanto, não foi suficiente para “animar” o contrato de out/10, que nem conseguiu acompanhar a alta do mercado físico, subindo menos que o Índice ESALQ à vista e, portanto, diminuindo ainda mais o já pequeno carrego que existia no mercado. Desde o início de julho o ESALQ à vista subiu R$4,64/@, de R$82,94/@ para os atuais R$87,58, já o out/10 subiu apenas R$4,17/@, de R$84,20/@ para R$88,37/@. O carrego atual é de apenas 0,90% em dois meses e meio, menos até do que o rendimento da poupança no período, que seria de 1,25%, livre de impostos. Ou seja, mesmo após toda a alta observada no mercado físico, ainda não existe nenhum prêmio para se carregar um estoque de animais terminados, sendo financeiramente mais coerente antecipar os abates e aplicar o dinheiro. Essa alta generalizada no mercado tem gerado mais movimentação também no mercado de opções, sobretudo nas opções de compra (calls) para out/10. Analisando-se a distribuição de contratos por tipo de participante da última semana, chama a atenção a posição de Pessoa Física, vendida em 5.168 contratos de opção de compra e comprada em apenas 105 contratos. Quem vende uma opção de compra recebe o prêmio à vista e se compromete a vender o vencimento futuro no nível da opção, ou seja, na prática ele paga tudo o que o mercado subir acima do nível da call vendida. Com o mercado em alta como agora, a BVM&F passa a exigir garantias cada vez maiores nessas posições vendidas, já que o risco de serem exercidas aumenta. Esse aumento da margem de garantia pode forçar alguns participantes a liquidarem sua posição, recomprando-as no mercado, o que gera pressão compradora, portanto, podemos esperar alta nos preços das calls caso esse cenário de alta perdure. Mesmo com o cenário de preços atual extremamente firme, é necessário ter em mente que os mercados futuros são extremamente dinâmicos e a reversão de tendências ocorre muito rapidamente. Atualmente estamos com um Índice de Força Relativa ao redor de 73, numa condição sobrecomprada e necessitando de uma correção. Há um ditado no mercado futuro que diz: “os preços sobem de escada e descem de elevador”. A correção pode demorar a vir, mas quando vier será rápida e grande, tentar adivinhar a máxima do mercado pode não ser a melhor estratégia para quem precisa de hedge para outubro.
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