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Scot Consultoria

Índice Esalq à vista na máxima do ano. Já o out/10...


Quinta-feira, 1 de julho de 2010 - 16h36

O mercado físico de boi gordo já sente os efeitos da entressafra, com forte diminuição da oferta de animais de pasto e pouca oferta de animais de confinamento, gerando grande encurtamento de escalas, forçando preços mais altos e, mesmo assim, não conseguindo encontrar volume de oferta suficiente para alongar as escalas. O Índice Esalq à vista, que havia fechado a semana anterior em R$83,04/@, teve uma alta de mais de R$1,00/@ em apenas três dias, alcançando os atuais R$84,07/@. Essa forte alta pegou até mesmo o mercado futuro de surpresa, já que no pregão do dia 28/06, o vencimento de junho, que se refere à média das últimas cinco cotações do índice Esalq à vista do mês, fechou cotado em R$83,20/@, precificando, portanto, uma alta de “apenas” R$0,18/@ nos dois últimos dias de composição da média. A alta real foi o dobro da esperada, com o Índice ESALQ à vista subindo R$0,95/@ nos dois últimos dias e a média que liquidou o contrato de jun/10 ficou em R$83,38/@. Todo esse ambiente firme no mercado físico e preços mais altos não foram suficientes para alongar as escalas e as reclamações de dificuldade de compras são recorrentes. O prazo de pagamento, estável em 31 dias, das duas últimas cotações do índice Esalq à prazo evidencia essa dificuldade de alongar as escalas, já que o prazo de pagamento contempla o prazo somado à escala de abate. Portanto, se o prazo for a praxe de mercado, de 30 dias, a escala é de apenas um dia. Chama a atenção a pequena reação dos preços futuros a essa firmeza do físico. O contrato de out/10, que fechou a semana cotado em R$85,11/@, subiu apenas R$0,27/@, fechando o pregão de 30/6 em R$85,38/@, mesmo frente a mais de R$1,00/@ de alta no mercado físico. As altas dos contratos mais curtos foram ainda mais tímidas que a do out/10, permanecendo a precificação dos contratos de jul10, ago/10 e set/10 ao redor de R$84,50/@. Esse pessimismo, com a entressafra em geral, e com o out/10 em particular, cria enormes dificuldades aos confinadores que dependem de um carrego mais interessante, porque ele é auto-alimentado. O receio com as cotações do out/10, principalmente devido ao que aconteceu em 2008 e 2009, faz diminuir a atividade dos especuladores nesse contrato. Desta forma, os compradores existentes não têm volume suficiente para absorver as vendas, por exemplo, devido às fixações de preço. Assim, o mercado não sobe, porém também não cai, devido à firmeza do mercado físico, isso afugenta ainda mais potenciais compradores, que voltam suas atenções aos contratos mais curtos, que operam com altas maiores, o que deixa o mercado mais potencialmente flat. Esse movimento “pró-cíclico” em que o próprio movimento se auto alimenta e onde causa e conseqüência se confundem é uma característica típica da maioria dos contratos futuros e, historicamente, nos momentos extremos de cada movimento se situam as maiores distorções de preços.
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