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Scot Consultoria

Safra dando as caras!


Sexta-feira, 14 de maio de 2010 - 14h59

Como já era de certa forma esperado, o frio e a seca que vêm se acentuando nos últimos dias resultaram em aumento na oferta de bois no mercado físico. Diante da diminuição da capacidade de suporte das pastagens, quem estava segurando bois no pasto, aguardando por uma relação de troca melhor, acaba não tendo outra opção, a não ser vender os animais gordos, aumentando ainda mais a pressão vendedora nesse final de safra. Mesmo não contando com uma oferta de animais extremamente grande, a concentração de oferta alonga as escalas dos frigoríficos e, aos poucos, os preços vão recuando no movimento típico de final de safra. A principal questão agora é até quando esse aumento de oferta se fará sentir e até onde os preços continuarão a cair, questão esta que está intimamente ligada com o tamanho da oferta retida durante a safra. A julgar pelo comportamento do mercado futuro, essa pressão vendedora não teria muito mais força, já que o contrato de maio está sendo negociado ao meio dia de 13/05 por R$79,75/@, contra um indicador à vista de R$80,23/@, indicando, portanto, expectativa de queda de apenas mais R$0,50/@ até o final de maio. A partir do contrato de jun/10, cotado ao redor de R$80,60/@, o mercado indica alta de preços bastante comedida até out/10, cotado atualmente ao redor de R$83,60/@. Essa precificação da entressafra, com uma alta tímida, pode ser reflexo da lembrança dos anos de 2008 e principalmente 2009 quando, devido a fatores climáticos, com chuvas durante a entressafra toda e boa oferta, o mercado recuou, invertendo a tendência histórica de preços. O mercado futuro segue tão pessimista quanto a uma possível alta nesta entressafra, que a atual alta precificada para outubro (cerca de R$3,50/@) é menor do que a alta que tivemos nessa safra até agora, de cerca de R$4,00/@, do início de janeiro até agora. De todo modo, o contrato de outubro tem se segurado ao redor de R$84,00/@ já há algum tempo, reconfirmando o forte suporte de preços existente nesses patamares e não rompendo com consistência abaixo de R$83,50/@ em nenhum momento. Desde o dia 26 de abril, que foi a primeira vez que o out/10 recuou abaixo de R$84,00/@ no passado recente, o pregão de hoje está sendo a 13ª vez em 15 pregões que o out/10 vem abaixo de R$84,00/@, sem, contudo, confirmar uma tendência de queda abaixo deste patamar. Um dos fatores que diferenciam muito o ano de 2009 e de 2010 é, sem dúvida a demanda interna e externa, que atualmente são bem melhores do que em 2009 e os diferenciais de base entre São Paulo e as outras praças, que estão muito estreitos com relação a média histórica. Apenas a título de curiosidade, atualmente o diferencial de preços entre São Paulo e Dourados está ao redor de -3,15%, contra -11,50% no mesmo dia do ano passado. Com relação à Goiânia, o diferencial atual é de -6% contra -12,6% no ano passado. A discussão sobre se a entressafra de 2010 repetirá ou não o cenário de 2009 é atualmente a que mais se ouve nos comentários de mercado, se o volume de animais confinados e comprados a termo conseguirão mesmo inverter ou segurar a tradicional alta de preços na entressafra. Há argumentos dos dois lados. Façam suas apostas!
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