Exportações de couro ladeira abaixo

Os maiores frigoríficos ainda negociam o couro verde a R$0,60/kg. Porém, de acordo com levantamento da Scot Consultoria, alguns já estão recebendo entre R$0,50/kg e R$0,45/kg. O couro catado, por sua vez, está na faixa de R$0,30/kg, tendo sido registrados negócios a R$0,25/kg. Como há muita dificuldade de venda, os curtumes estão com ociosidade na casa dos 50%. Dessa forma, mesmo com os abates retraídos, existem frigoríficos com couro acumulado em estoque. A dificuldade de venda aumenta conforme diminui a qualidade do couro. Tem matadouro vendendo couro inteiro direto para as indústrias de gelatina e dog toy. Empresas desses setores normalmente compram os subprodutos do curtimento, ou seja, raspas e aparas. Mas se não tem curtimento, elas acabam sendo obrigadas a ir “direto na fonte”, pagando mais caro e ainda tendo que terceirizar a limpeza do couro. O curtimento está “devagar quase parando” porque as exportações estão ladeira abaixo. Em fevereiro, de acordo com dados preliminares do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 21,60 mil toneladas de couro, um ligeiro aumento de 4% em relação a janeiro. A receita chegou a US$74,70 milhões, alta de 1% na comparação com o mês anterior. Em relação a fevereiro de 2008, porém, quando os embarques alcançaram 25,96 mil toneladas, com faturamento de pouco mais de 176,80 milhões, houve queda de 17% em volume e de 58% em receita. Acompanhe na figura 1. O preço médio do couro exportado, em fevereiro de 2009, ficou em US$3,46/kg, o mais baixo desde janeiro de 2002, quando estava em US$3,15/kg. Os curtumes dizem que fornecedores de todo o mundo têm couro estocado. Isso significa que, mesmo quando os negócios começarem a se aquecer, serão necessários ainda 2 ou 3 meses para que a atividade de curtimento volte ao normal. Para o curto prazo, portanto, a tendência é que as pressões de baixa sobre o couro verde se intensifiquem.
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