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Scot Consultoria

Qual é o fututo do mercado futuro?


Segunda-feira, 22 de outubro de 2007 - 15h03

O número de contratos futuros de boi gordo, negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), tem crescido vertiginosamente ao longo dos últimos anos. Acompanhe na tabela 1. Em 2006 foram negociados pouco mais de 392 mil contratos, o equivalente a 7,84 milhões de cabeças bovinas (um contrato corresponde a 330@, que grosso modo é o mesmo que 20 animais de 16,5@), ou 16,6% dos abates daquele ano. Naturalmente, nem todos que negociam contratos na BM&F têm boi, é preciso considerar os especuladores. Então não dá para dizer que foi feito hedge, de compra e/ou venda, de quase 8 milhões de cabeças. Mas ao menos é possível concluir que essa é uma prática que está conquistando cada vez mais adeptos. Neste ano, até setembro, a BM&F já havia negociado 605,79 mil contratos futuros de boi gordo, quase o dobro do total de 2006. O boi a termo tem contribuído fortemente para essa expansão. É um jeito de o produtor usar o mercado futuro sem precisar ir à Bolsa. Muita gente gosta disso, acha mais fácil. O mercado de opções também está em alta. Até algum tempo atrás tinha pouca liquidez, agora já existem excelentes alternativas de negócio. O fato é que, independentemente da ferramenta, os derivativos vivem hoje seu melhor momento. Mas qual é o futuro do mercado futuro? Aqui na Scot Consultoria, vemos assim: hedge é igual vermífugo, vacina, herbicida, suplemento mineral ou adubo. Quem não usa, vai ter que aprender a usar. Isso porque o mercado da carne bovina mudou. Foi-se o tempo do “dinheiro verde”, que ficava lá no pasto, engordando, sem demandar trabalho, sem dar dor de cabeça. MUDANÇA DE RUMO O boi se desvalorizou fortemente nestas três últimas décadas. Ao mesmo tempo as exigências de mercado e os custos de produção aumentaram, sendo que a ponta compradora se concentrou. A margem do produtor, portanto, principalmente daquele que insistiu no modelo “tradicional” de produção, diminuiu significativamente. Diante desse cenário, a pecuária não aceita mais “devaneios administrativos”. Tecnologia e gestão deixaram de ser diferenciais competitivos. Agora são pré-requisitos para se manter na atividade. E garantir a rentabilidade do negócio, através da utilização de mercados futuros, é uma ferramenta de gestão extremamente eficiente e segura. Especular com o mercado físico tem se tornado um risco desnecessário e, por vezes, custoso demais. Veja só... muitos produtores estão esperando, desde 2004, o boi de R$70,00/@. No mercado físico, tal cotação só foi alcançada este ano, e somente no Rio Grande do Sul. Mas quem negociou no mercado futuro, tanto em 2004, quanto em 2005, pôde vender boi gordo ao redor de R$70,00/@ em São Paulo. Veja na figura 1. Em 2005 tivemos ainda a febre aftosa. O boi vinha em forte ritmo de alta no segundo semestre, mas em meados de outubro, em função da notificação de focos da doença no Mato Grosso do Sul, o preço da arroba desabou. Quem estava com os preços da produção (pelo menos uma parte) assegurados via hedge sofreu menos dissabores. Desconsiderando os imprevistos, só o fato de saber, com antecipação, o resultado que será proporcionado pela atividade, facilita a gestão e garante noites tranqüilas de sono. Portanto, vale a pena se informar sobre as formas de utilização do mercado futuro, sobre os custos, sobre as particularidades (diferencial de base, formas de liquidação, etc.) e sobre os pré-requisitos para se alcançar um hedge eficiente. Comece devagar, operando alguns poucos contratos, e vá ampliando seu patamar de hedge conforme aumentam a confiança e o domínio das ferramentas. É um processo de aprendizado, que pode ser longo. Quanto antes começar, melhor. O mercado futuro veio para ficar. Ignorar o assunto com certeza não é uma boa opção.
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