O cenário das vendas brasileiras de soja e derivados tem mudado um pouco.
O Brasil é um gigante na produção de soja. O segundo maior produtor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
O principal destino da produção brasileira é o mercado externo. Cerca de 70% do que é produzido no País é consumido mundo afora. O grão, os farelos, os óleos brutos e refinados e o grão para semeadura estão entre os produtos do complexo soja que são exportados.
Em 2005 a soja em grão respondeu por quase 91% das exportações totais. O óleo de soja bruto contribuiu com 9,8% do total. Os outros produtos tiveram participações discretas, considerando todo o volume exportado.
Nos primeiros seis meses de 2006, o cenário mudou muito pouco. O grão foi responsável por 94,5% do total exportado, seguido pelo óleo de soja bruto, com participação de 5,31%.
A participação do grão continua dominando praticamente todo o mercado, sendo muito pequena a contribuição dos outros produtos.
Mas mesmo sendo parcela ínfima do total, as exportações de óleo de soja refinado cresceram nos primeiros seis meses de 2006, em relação ao mesmo período de 2005. O aumento foi de 33,6%. A demanda por óleo refinado no mercado internacional está sendo puxada pelo direcionamento que o óleo bruto está tendo para a produção de biodiesel, principalmente na Europa e até mesmo nos Estados Unidos, onde a produção de energia a partir de óleos vegetais está mais avançada que no Brasil.
Com o crescimento da demanda de óleo bruto para a produção de energia, sobra pouco para a produção de óleo refinado, que precisa ser importado. Isso favorece o Brasil.
O aumento das exportações de produtos de maior valor agregado (em comparação à soja em grão) favorece a saúde financeira do setor, mesmo que as vendas, apesar de crescentes, ainda sejam pequenas.
A produção recorde brasileira, somada aos preços baixos, oscilações cambiais e retração da produção avícola mundial pela ocorrência da gripe aviária, tem prejudicado o setor.
Prova disto é que o valor bruto da produção de soja - resultado total obtido com a sojicultura no Brasil - tem retração prevista em 13,9% em 2006, segundo informações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
No total, as exportações de soja cresceram, em volume, 13,4% no primeiro semestre de 2006, comparado ao mesmo período de 2005. Em faturamento, o montante foi menor, da ordem de 8,71% no mesmo período.
A soja brasileira no mercado internacional perdeu valor. Outro motivo para a busca de mercados para produtos de maior valor agregado.
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