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Commodities: O céu de brigadeiro já passou?


Segunda-feira, 28 de julho de 2008 - 09h05

O crescimento da maioria dos países emergentes, de 2002 a 2007, esteve na faixa dos 5% ao ano. Dessa forma eles passaram de um cenário de miséria para importantes consumidores globais de alimentos. Mas qualquer alteração na relação entre oferta e demanda tem suas conseqüências. O maior número de consumidores ávidos por uma alimentação melhor, sem contar as adversidades climáticas do período, diminuiu os estoques mundiais de grãos. E o impacto foi forte. Produtores rurais comemoraram os recordes batidos pelos preços da soja (US$16,58/bushel) e do milho (US$7,99/bushel) na bolsa de Chicago (CBOT), mas não estiveram muito contentes com os preços dos fertilizantes. Os fertilizantes são os "vilões" dos produtores rurais. O aumento de preços já ultrapassa os 70% nos últimos 12 meses. O petróleo entrou em cena, também com recorde de preços. Ninguém imaginou que ele sairia de pouco mais de US$60,00/barril para US$146,00/barril em um ano. Após os recordes batidos, é hora analisar as conseqüências: a inflação mundial, provocada justamente pela maior demanda dos países emergentes, começou a disparar e a diminuir o ritmo de crescimento econômico. Ninguém até hoje sabe ao certo se os fundamentos justificaram a alta excessiva do petróleo. A Argentina retoma as exportações de grãos. Os preços despencam. A soja já sofre desvalorização de quase 17%, o milho de quase 27% e o petróleo de mais de 15%, todos somente nas duas últimas semanas. A volta da Argentina ao mercado internacional significou a volta de 16% a 20% de toda oferta mundial de soja e milho, respectivamente. Esse montante, ofertado de uma só vez, é mais que suficiente para pressionar as cotações de grãos. Além disso, o viés energético (ferrenhamente criticado pela União Européia), de grãos na forma de biodiesel, perde atratividade mediante a redução dos preços do petróleo. O atual cenário aponta para a necessidade de muita cautela no momento das negociações. É preciso estar atento aos "exageros" do mercado. De toda forma, a situação dos estoques mundiais, especialmente da soja, reflete um "aperto" que não se recupera com uma safra. A situação das lavouras só estará definida após o mês de agosto, quando as fases mais importantes do crescimento do milho e soja nos EUA já estão completas. Apesar das quedas acentuadas verificadas nas últimas duas semanas, a economia mundial não se desaqueceu ao ponto de reduzir drasticamente a demanda, e os estoques ainda estão longe de estarem folgados. A baixa, portanto, não reflete mudanças nos fundamentos de mercado.
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