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Scot Consultoria

Luz no fim do túnel para os confinadores?


Sexta-feira, 18 de julho de 2008 - 15h32

O Brasil e os EUA contam com algumas semelhanças. A disponibilidade de grãos pode ser considerada uma delas. Nos EUA, mais de 90% do gado de corte é produzido em sistemas de confinamento, alimentado basicamente pela oferta abundante de concentrados. No Brasil, esse número vem aumentando (principalmente na entressafra), mas ainda longe da realidade dos norte-americanos. Em ambos os países os preços dos concentrados assustam. Nos EUA, como grande parte de seu sistema de produção é baseado no alto consumo de ração originária da soja e do milho, o custo de produção ultrapassa a alta verificada no preço da arroba, de 16,5% nos últimos 12 meses. Realmente nada comparado com o aumento no preço do milho ou da soja, de mais de 200% nos dois últimos anos. Realidade também vista por aqui. Nos EUA, mediante aumento dos custos de produção, os pecuaristas liquidam os plantéis para honrar as dívidas, aumentando a oferta no mercado. Isso, num primeiro momento, ajuda a derrubar ainda mais as cotações, assim como aconteceu há alguns anos no Brasil. A situação se tornou tão crítica que o Governo do Estado do Texas pediu ao EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) que diminuísse a mistura de etanol na gasolina para 2009, buscando maior disponibilidade de grãos no mercado. A realidade é um pouco diferente para os pecuaristas brasileiros, que contam com terras e pasto para deixar o boi nos períodos de "aperto". Mas os confinamentos estão em expansão, e os custos dos concentrados já aumentaram 15% somente em julho, comparados com o mês anterior. Enquanto isso, a arroba no mercado futuro deu fortes sinais de enfraquecimento, deixando confinadores em situação delicada. Boas notícias aos pecuaristas chegam apenas no longo prazo, ao menos quanto aos insumos. Os preços dos fertilizantes já interromperam a contínua alta verificada desde o início do ano. Alguns chegam a apresentar redução de preço, como é o caso do Super Triplo (-7,62%), MAP (-15,38%) e alguns formulados, como o 15-20-20 (-1,70%) e o 20-05-20 (-5,71%). Isso significa redução da "pressão de custos" sobre a agricultura. Também os grãos dão sinais de baixa na Bolsa de Chicago (CBOT), praça referência do milho e da soja. Na última semana os preços desses dois produtos já caíram 5% e 6%, respectivamente. As condições climáticas favoráveis e a melhoria na classificação das condições das lavouras pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) derrubaram as cotações dos grãos. A estabilização do petróleo também ajudou, já que a desaceleração econômica leva a um enfraquecimento na demanda pelo produto.
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