Milho: Atenção aos preços do petróleo

O petróleo atingiu a cotação de US$110,00/barril na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York), elevando também a cotação do milho. Mas, como assim? A partir da decisão dos EUA de utilizar o etanol de milho como combustível alternativo ao petróleo, os preços do grão não param de subir. Atualmente a mistura obrigatória de etanol na gasolina, nos EUA, é de 7,76%, provocando uma demanda anual de 9 bilhões de litros de álcool obtidos a partir do cereal. Não é necessário dizer que o milho deixou de ser tratado apenas como alimento. Agora ele é um componente importante da matriz energética dos EUA e, conseqüentemente, do mundo. A produção de etanol consome, hoje, cerca de 25% (83 milhões de toneladas) da produção de milho norte-americana, ou seja, mais de 10% dos estoques mundiais do cereal são destinados para produzir combustível. Soma-se a isso os baixos estoques mundiais, a demanda crescente dos países emergentes (notadamente China e Índia) e a atuação de fundos de investimentos fugindo da crise imobiliária, investindo em commodities, tem-se o ambiente propício para o aumento recorde dos preços de grãos. Suinocultores e avicultores devem estar atentos a essa nova realidade, que leva a uma elevada correlação entre os preços do petróleo e do cereal. O milho é a base da alimentação de suínos e aves, e representa grande parte do custo de produção de ambos. Repare na figura 1 o comportamento dos preços desde fevereiro de 2006. Tentando reduzir os custos de produção, suinocultores e avicultores reivindicam junto ao governo a autonomia para importar milho de qualquer origem, convencional ou transgênico, e a extinção dos tributos que incidem sobre a importação do cereal, como o PIS - Programa de Integração Social e Cofins - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Os produtores devem estar atentos à nova dinâmica do mercado: flexibilidade, foco em custos, produtividade e informações atualizadas são pré-requisitos para se obter êxito e permanência na atividade, já que o cenário de alta do milho continua firme para o médio prazo.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>