Os preços dos grãos estão em recuperação, após as quedas registradas na semana do dia 23 de janeiro.
O risco de recessão nos EUA abalou o mercado financeiro mundial, o que se refletiu nas cotações das
commodities agrícolas.
Apesar disso, a tendência é que o mercado agrícola se mantenha firme, embora esteja mais volátil. A crescente demanda mundial por biocombustíveis e alimentos, diante dos baixos estoques dos principais produtores de grãos, deve ao menos sustentar os preços da soja, do milho e do trigo.
De toda forma, os produtores brasileiros precisam acompanhar as conseqüências da crise não só nos EUA, mas também na Europa e na Ásia, que são os grandes consumidores dos produtos nacionais.
A indecisão dos produtores norte-americanos em relação à cultura a ser plantada na safra de verão (soja ou milho?) e a indefinição em relação à produção da safra sul-americana também estão influenciando positivamente os preços dos grãos.
A apreensão em relação ao mercado fez com que os produtores intensificassem as negociações futuras na última semana, a fim de garantir sua rentabilidade.
Além da ameaça da crise americana, outro fato que vem preocupando os agricultores brasileiros é o aumento do custo de produção. E os grandes vilões são os fertilizantes.
Os aumentos dos preços de fertilizantes se devem ao aquecimento da demanda mundial e à crescente dependência brasileira em relação às matérias-primas externas. Segundo a Agência Nacional de Difusão de Adubos (Anda), em 2007 o Brasil importou cerca de 65% dos nutrientes que compõem os adubos que o País consome. E a tendência para 2025 é que a importação chegue a 86%.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o cloreto de potássio, uma das principais matérias-primas importadas pelo Brasil, passou de R$668,00/t para R$900,00/t, entre janeiro de 2007 e o mesmo período de 2008 (+34,7%).
Outro insumo que contribui bastante com o aumento do custo de produção é o glifosato. A Scot Consultoria registrou aumento de 54% entre janeiro de 2007 e o mesmo período de 2008, para um dos herbicidas à base de glifosato mais utilizados no país. O preço passou de R$46,71/5l para R$72,10/5l.
Atualmente, no Brasil, uma única empresa domina o mercado de glifosato. Na tentativa de aumentar a concorrência e baixar os preços do produto, o governo, juntamente com a Câmara de Comércio Exterior (Camex), está analisando o fim da taxa de importação das matérias-primas utilizadas na fabricação de glifosato, vindas da China.
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