Carne orgânica: o que você precisa saber

A definição de carne orgânica certificada é: uma carne produzida a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.

A produção do boi orgânico está baseada em pastos sem defensivos agrícolas (herbicidas e inseticidas) ou adubos químicos e tratamento de doenças com homeopatia, exceto a vacinação contra febre aftosa e brucelose, que são obrigatórias (onde há incidência de raiva, a vacinação é aceita).

Como se da à certificação desta carne?

Todo alimento orgânico comercializado no Brasil deve ser reconhecido pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg), gerido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O MAPA também credencia os Organismos de Avaliação da Conformidade (OAC), que são responsáveis pela fiscalização e certificação agropecuária, de processamento, de produtos extrativistas, orgânicos e biodinâmicos.

O Instituto de Certificação Biodinâmico (IBD) é a única certificadora do Brasil com credenciamento na Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM), ISO 65, Demeter (é o selo que identifica, mundialmente, os produtos biodinâmicos) e USDA/NOP (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos/Programa Nacional Orgânico, sigla em inglês), o que torna seu certificado aceito internacionalmente.

Processo de rastreabilidade do produto, como é feito?

O rastreamento da produção de bovinos orgânicos é feito da mesma forma que para a produção convencional, regidos pelo Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (SISBOV).

Os animais são identificados com brincos e através da emissão do Documento de Identificação Animal (DIA).

As informações coletadas até a desmama ou até que animal complete dez meses são cadastradas e armazenadas na Base Nacional de Dados (BND).

Todo o processo é feito antes que ocorra qualquer movimentação comercial ou saída do animal da propriedade.

A propriedade comunica as movimentações dos animais ao IBD e ao Órgão Executor da Sanidade Animal no máximo 30 dias após vencimento da Guia de Trânsito Animal (GTA).

Antes do abate, o frigorífico confere a identificação individual dos animais e a GTA na Base Nacional de Dados.

Após o abate, a carne do animal rastreado recebe na embalagem um selo com o número de identificação do SISBOV.

Com este número é possível acessar no sistema o modo em que o animal foi criado e junto ao sistema de certificação ter a credibilidade da carne orgânica.

Diferenciação com a carne tradicional

A principal diferença em relação à carne tradicional é o modo de produção.

Com a carne orgânica certificada, o consumidor tem a garantia de que está levando para casa um alimento completamente isento de resíduos químicos, pois a carne é produzida da maneira mais natural possível.

A carne orgânica é produzida em fazendas de criação de gado certificadas, que seguem normas rígidas de certificação orgânica.

Exemplo no Brasil

Exemplo desse produto é a linha Organic Beef, produzida pela JBS Friboi, sob a marca Swift.

O produto é produzido por pecuaristas associados à Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), do Mato Grosso do Sul, e a Associação Brasileira dos Produtores de Animais Orgânicos (ASPRANOR), do Mato Grosso.

A carne orgânica ainda não é bem conhecida e consumida no Brasil. É uma cadeia produtiva em estruturação, que trabalha para um nicho de mercado bastante específico, em desenvolvimento.