Carne, um alimento indispensável

O consumo de carne tem importante papel na historia da evolução do ser humano. Ampliação da dieta, modernização da sociedade e dos hábitos de consumo proporcionam mais opções de alimentos. No entanto, não substituem esta indispensável fonte de proteínas e aminoácidos essenciais para o crescimento e desenvolvimento humano. Segundo artigo recente da renomada revista Circulation*, da Sociedade Americana de Cardiologia, destaca que o consumo de carne bovina em quantidades e qualidade equilibradas não causa riscos cardiovasculares, e contém nutrientes fundamentais para cada idade e estado fisiológico humano. A revista Meat Science** revela que, se consumida desta forma, a carne bovina ajuda na prevenção do câncer. Proteínas padrão e aminoácidos de origem animal são essenciais para o crescimento, sobretudo na infância. Estes não podem ser sintetizados pelo organismo e, se consumidos de maneira adequada, mantêm o balanço nitrogenado do organismo. A proteína animal possui distribuição de aminoácidos essenciais muito superior à proteína vegetal. Segundo a Organização Mundial da Saúde e FAO (Food and Agriculture Organization, da ONU), 1kg de pão de trigo contém o equivalente ao conteúdo de 100g de carne bovina. Assim como o peixe, ovos e leite, seu consumo regular, em quantidades adequadas, é capaz de suprir necessidades fundamentais do corpo humano. A seleção de cortes magros e o método de cocção permitem o consumo regular benéfico de carne bovina. Orientações médicas baseiam-se na ingestão ideal para crianças de 20-53g/dia, adolescentes 58-75g/dia, e adultos 48-90 g/dia. Substituir as proteínas e aminoácidos essenciais presentes nesta recomendação exige quantidades superiores de carne branca, e ainda maiores no caso de uma dieta vegetariana. Assim, a carne é capaz de saciar a fome de forma saudável e eficiente, favorecendo a ingestão de menor quantidade de comida. Se comparada ao suíno ou aves, a carne bovina contém em média menos calorias e mais proteínas. São 154 cal/100g contra 186cal/100g no frango, e 240 cal/100g no suíno. A prática do uso de hormônios ou antibióticos em aves e suínos de corte dias antes do abate pode aumentar a resistência a bactérias prejudiciais ao organismo humano. Quanto aos riscos cardiovasculares, o estudo da revista Circulation revela que não há ligação com o consumo adequado de carne vermelha. A carne vermelha magra, se preparada corretamente, contém o mesmo nível de colesterol que o peito de frango. Entretanto, segundo publicação da Meat Science, é conveniente diferenciar a carne vermelha magra da carne processada (bacon, salsicha, corned beef, etc). A pesquisa revelou que o consumo diário destas apresenta 42% mais de risco de incidência de problemas cardiovasculares. Paradoxalmente, a publicação da Meat Science evidencia que a carne vermelha é fonte de micro-nutrientes com propriedades anticancerígenas, incluindo selênio, vitamina B6, B12 e D. O equilíbrio de dietas com carne bovina de forma recomendada assegura fatores críticos para a prevenção de câncer e melhor eficiência imunológica. Indispensável fonte de proteínas e aminoácidos essenciais para o crescimento e desenvolvimento humano, a carne bovina colaborou com a evolução do cérebro e da estatura corporal do homem pré-histórico. Investir na qualidade da dieta e na quantidade de nutrientes, associada à prática de atividades físicas, é fundamental para a medicina preventiva. Dieta balanceada com quantidades adequadas de carne e baixo teor de açúcares e gorduras é saudável e promove a prevenção do câncer. Cabe à cadeia produtiva da carne divulgar seus benefícios aos consumidores e, sobretudo, combater com argumentos médicos as críticas ao seu consumo. *Micha R et al. Revista Circulation Abril 2010; 121:2271-83. ** Ferguson LR. Revista Meat Science 2010; 84: 308-13.
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