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Scot Consultoria

Benefícios previdenciários: menos política e mais técnica


Segunda-feira, 10 de maio de 2010 - 18h08

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O reajuste das aposentadorias e pensões tornou-se um grande palanque político. Em ano de eleições os políticos querem os holofotes, passando a imagem de defensores dos aposentados e pensionistas. Não vou entrar no mérito do reajuste em si, que pode ser 7,7%, 6,14% ou qualquer outro número. O que está em jogo é muito mais que isso. Na prática se faz necessário um plano de longo prazo que garanta o poder de compra dos valores recebidos por aqueles que contribuíram anos a fio para a previdência pública, os quais, quando se aposentam não conseguem manter um mínimo do padrão de vida até então estabelecido. Visando substituir a discussão política pelo embasamento técnico é fundamental que o critério de reajuste seja fundamentado. Para definir o salário mínimo, por exemplo, foi estabelecido um critério que leva em conta o crescimento da economia e a inflação acumulada em 12 meses. Desta maneira a cada ano o governo já tem os parâmetros para fixar o valor do salário mínimo. Está posto que somente repor a inflação passada, combinada com o fator previdenciário (que reduz o valor dos benefícios) força necessariamente a deterioração ao longo do tempo dos valores envolvidos, abrindo espaço para pressões políticas, levando a decisões oportunistas e voltadas para o interesse pessoal em detrimento ao interesse coletivo. Há de um lado a necessidade em gerenciar as contas públicas com responsabilidade, principalmente quando se trata da previdência social, e de outro lado a necessidade de garantir direitos conquistados ao longo do tempo. Em relação ao reajuste atual a “batata quente” será remetida ao Presidente Lula, que decidirá se age politicamente ou tecnicamente. Se houver uma regra clara e permanente no reajuste dos benefícios previdenciários, muitos políticos perderão a oportunidade de capitalizar politicamente quando levantam a bandeira de defensores dos aposentados e pensionistas, entretanto garantirá previsibilidade na gestão dos recursos públicos. Em questões técnicas deixar prevalecer os interesses políticos não contribui para o avanço do país.
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