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Scot Consultoria

Indústria na encruzilhada


Sábado, 8 de fevereiro de 2014 - 18h48

A oferta de animais para abate no Brasil está bastante limitada. A reclamação dos compradores com relação à dificuldade de se adquirir animais é recorrente e muitos relatam não ser nem uma questão de preço, mas de falta de bois junto aos pecuaristas. Dessa forma, as cotações vão subindo e o índice Esalq à vista conseguiu finalmente romper os R$115,00/@, estando atualmente em R$115,49/@, mas com relatos muito frequentes de negociações acima desse patamar e mais próximas das máximas reportadas no indicador, hoje ao redor de R$118,00/@, à vista.


Nesse cenário, a situação da indústria passa a ser especialmente dificultada, já que além da dificuldade em repassar o aumento da matéria prima, um menor abate diário representa menor diluição dos custos fixos, achatando ainda mais as margens. Isso tudo num momento em que o custo de capital de giro vem subindo junto com a alta dos juros da economia e da aversão ao risco no mercado internacional, criando maiores dificuldades para se enfrentar períodos com margens estreitas, ou até mesmo negativas, como o atual.


Essa dificuldade recente na compra de animais pode ser reflexo da seca que vem acomentendo muitas regiões produtoras, ou pode representar uma diminuição estrutural do número de animais disponíveis, como consequência do aumento do abate de fêmeas nos últimos anos. Essa última hipótese é a menos provável, já que em 2013 os abates aumentaram em cerca de 13,0% sendo pouco provável uma redução drástica de um ano para outro. De toda forma, a análise do número de animais abatidos no primeiro trimestre ajudará a entender esse cenário.


De um modo ou de outro, o fato é que a capacidade de abate da indústria aumentou muito a partir de 2012, com a retomada de diversas plantas que antes estavam fechadas. Diante disso, uma nova otimização da capacidade de abate, com fechamento de plantas com ociosidade elevada, ajudaria a indústria a ter mais força no repasse de preços aos seus clientes, melhorando sua margem como um todo. Se esse for o caminho, resta saber se ele ocorrerá fruto de decisões estratégicas, ou como consequência da saída de empresas do setor, sempre de forma traumática para todos os envolvidos no processo. Vamos torcer para que a primeira hipótese prevaleça.


 



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